sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A fome e a sêde da alma

Era tarde quando passos ouví no corredor,
Um salto impulsiona-me colocando-me sobre meus pés.
O repouso do corpo é interrompido ao odor da tua pele,
Molhada ainda pela água do banho.
Tua presença se faz sentir à entrada do meu refúgio,
Move-se a maçaneta e as retinas minhas
Capturam a mais bela imagem que se pode visualisar.
Trago-te para dentro do meu abraço enquanto
Fecha-se a pesada porta para o mundo e
Nova dimensão abriga-nos.
Encontra-mo-nos entre sussuros e beijos ardentes que se perpetuam.
Sôfregas, calorosas tuas mãos
Encontram a totalidade do que já está presente e
Dois Universos se unem na harmonia da entrega consentida.
Chamas da aura se intensificam e
Resplandecem na revolução das massas em frenesí pré-extasiante
Chama o teu nome meu coração mas
O som é contido pelos teus lábios que sorvem os meus.
Adequam-se dois Universos recém unidos na explosão finita ciclo-módulo-constante.
Passa o tempo mas se vai com ele a saudade asfixiante,
Se cada segundo é uma eternidade na glória da tua companhia então por quê partir?
O momento perpetuado na lembrança torna-se-á uma rotina de mútuo prazer, tu e eu:
Momento eterno de um conjunto indivisível...

Obra de Zetigre

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